Buenos Aires literária: lendo um mistério argentino

A Argentina é um destino fascinante para os amantes de livros, e Buenos Aires, em particular, é considerada um paraíso literário. Nesta postagem, compartilho minhas experiências de dois anos vivendo nessa cidade incrível, explorando livrarias, descobrindo autores argentinos e mergulhando nos mistérios que tornam a literatura local única. Se você ama literatura de mistério e está curioso sobre a cena literária argentina, continue lendo!


Buenos Aires é uma cidade que respira livros. Com mais livrarias por habitante do que muitas outras metrópoles globais, a capital argentina é o lugar perfeito para quem aprecia uma boa leitura. Em qualquer café, é comum ver várias pessoas com um livro nas mãos, curtindo o momento. No entanto, minha experiência por aqui revelou tanto os encantos quanto os desafios de ser leitor na Argentina.

Livrarias, Sebos e os Preços de Livros

Uma das coisas que mais me encantaram em Buenos Aires foi a abundância de sebos (livrarias de livros usados). Amo a ideia de explorar prateleiras repletas de tesouros literários, mas confesso que minha alergia dificultou um pouco a experiência. Em contrapartida, os preços dos livros novos são surpreendentemente altos. Por exemplo, encontrei o aclamado livro “Nossa Parte da Noite“, de Mariana Enriquez, custando cerca de $3.500 ARS, o que equivale a mais de R$ 50. Esse preço me fez questionar como os livros novos conseguem competir com os sebos.

Além disso, preciso mencionar que as capas dos livros aqui têm um estilo visual bem peculiar. Na minha opinião, muitas capas não são atraentes, o que tira um pouco do prazer de comprar livros novos. Para mim, a estética importa, e as capas argentinas me fizeram optar por e-books ou edições importadas em alguns casos.

La Muerte Baja en el Ascensor” e a Autora Maria Angélica Bosco

Durante minha estadia, decidi explorar a literatura de mistério argentina e conheci a obra “La Muerte Baja en el Ascensor” (1955), de María Angélica Bosco. Apelidada de “Agatha Christie argentina”, Bosco escreveu diversos romances policiais e mistérios ao longo de sua vida. Este livro, em particular, tem uma premissa intrigante: um homem bêbado volta para casa e descobre uma mulher morta dentro do elevador de seu prédio. A trama se desenrola em um edifício onde cada andar é ocupado por uma família, e todos os moradores se tornam suspeitos.

Embora o livro traga o charme dos mistérios clássicos, falta o que chamamos de fair play – aquele elemento que permite ao leitor desvendar o mistério antes do detetive, com base nas pistas. Aqui, é impossível adivinhar o culpado sem que o enredo o revele, o que pode ser frustrante para alguns fãs do gênero. Apesar disso, foi uma leitura interessante e me deixou curiosa sobre as outras obras da autora.

A Cultura Literária de Buenos Aires

Algo que me marcou muito foi a forma como a leitura faz parte da rotina dos portenhos. Buenos Aires é a cidade dos cafés, e é lindo ver como as pessoas aproveitam esse ambiente para ler. Essa conexão cultural com os livros é inspiradora, ainda mais se compararmos com outras cidades, onde livrarias físicas estão desaparecendo.

No entanto, a indústria editorial argentina tem suas peculiaridades, como mencionei antes. A estética das capas e os preços altos são desafios, mas o amor pela literatura é evidente em cada esquina.

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