Lendo dois mistérios diferentões: “os pecados de west heart”

Vamos discutir minha experiência ao ler dois livros de mistério que fugiram do comum. Ambos têm uma proposta diferente: você, leitor, é desafiado a assumir o papel de detetive, montando o quebra-cabeça com as pistas fornecidas ao longo da narrativa. Além disso, esses livros inovam ao incorporar diferentes formatos de mídia em suas histórias, como trocas de mensagens, transcrições e até trechos de roteiros.

Os escolhidos foram:

Vamos às impressões?


Primeiras Impressões: Os Pecados de West Hall

Minha jornada começou com Os Pecados de West Hall. Confesso que o início foi um pouco lento para mim. O autor leva um tempo considerável para estabelecer o tom da história, incluindo capítulos que discutem convenções de mistérios clássicos e técnicas narrativas. Isso acabou me desconectando um pouco no início, mas persisti.

A trama gira em torno de um detetive particular que é contratado para investigar algo estranho no exclusivo West Hall Club, um clube de caça frequentado por famílias ricas. Ao longo do livro, mortes misteriosas começam a acontecer, levando o protagonista a desvendar segredos do presente e do passado dessas famílias.

O ponto forte do livro é como ele brinca com o gênero: há reflexões sobre clichês de mistérios clássicos e referências a autores icônicos como Agatha Christie e Patricia Highsmith. Também gostei da mudança de formatos ao longo da narrativa, com capítulos que simulam peças de teatro e outros estilos.

No entanto, o final foi uma decepção para mim. Apesar de ter gostado da construção até 97% da história, a resolução simplesmente não funcionou. Foi um daqueles momentos em que ou você ama ou odeia o desfecho, e infelizmente caí no segundo grupo.

Resumo: Um livro interessante para quem gosta de explorar novas formas de contar histórias, mas que pode dividir opiniões.


Segunda Leitura: The Mysterious Case of the Alperton Angels

Depois da experiência com Os Pecados de West Hall, embarquei em The Mysterious Case of the Alperton Angels, da genial Janice Hallett. Já sou fã da autora, e este livro não decepcionou!

A trama acompanha Amanda, uma jornalista especializada em true crime, que recebe a missão de investigar um caso antigo: o “culto dos Anjos de Alperton”. Esse grupo teria cometido uma série de assassinatos ritualísticos, mas os detalhes são nebulosos. A missão principal de Amanda é localizar um bebê, supostamente filho de dois dos membros do culto, que agora está prestes a completar 18 anos.

O que torna esse livro incrível é a variedade de formatos narrativos: e-mails, mensagens de texto, áudios transcritos, trechos de livros escritos na época do caso e até roteiros de TV nunca produzidos. Isso cria uma experiência de leitura dinâmica e imersiva, como se você estivesse realmente investigando junto com os personagens.

Diferentemente do primeiro livro, o final aqui foi brilhante! A forma como a narrativa se amarra e surpreende é impecável. É daqueles livros que você termina com vontade de recomendar para todo mundo.

Resumo: Uma leitura criativa, envolvente e incrivelmente bem estruturada. Cinco estrelas fáceis!


Comparação e Reflexões

Ambos os livros trazem a ideia de colocar o leitor como detetive, mas enquanto Os Pecados de West Hall perde um pouco o ritmo com excessos de metalinguagem, The Mysterious Case of the Alperton Angels entrega uma narrativa fluida e cativante.

Se você gosta de histórias que brincam com diferentes formatos e te fazem se sentir parte da investigação, recomendo dar uma chance a ambos — mas com expectativas ajustadas para Os Pecados de West Hall.

E um apelo final: editoras brasileiras, traduzam Janice Hallett! Precisamos dessa autora no Brasil!

E você, já leu algum mistério diferentão assim? Deixe suas sugestões nos comentários!

similar posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *