Os vencedores do Goodreads Choice Awards em Mistério de 2011 a 2022: Uma jornada literária cheia de altos e baixos

Se você ama mistérios e adora acompanhar os livros premiados, já deve ter ouvido falar do Goodreads Choice Awards. Decidi encarar o desafio de ler todos os vencedores da categoria Mistério de 2011 a 2022 (com exceção de 2023, que já li) e posso dizer que essa jornada foi um verdadeiro sobe e desce emocional. Dos momentos brilhantes de pura genialidade a algumas escolhas questionáveis, prepare-se para um passeio literário entre o amor e o ódio! Vamos analisar cada título e entender por que eles chegaram ao topo das votações.


2011: Smokin’ Seventeen – Janet Evanovich

Minha aventura começou de maneira sofrida com o 17º livro da série Stephanie Plum. A história segue a protagonista Stephanie, uma caçadora de recompensas de Nova Jersey, em uma trama repleta de estereótipos, personagens mal construídos e um mistério que nem tenta ser surpreendente. Além disso, o livro carrega um humor datado e problemático, com toques de gordofobia, homofobia e até racismo. Não dá para entender como essa obra levou o prêmio, mas talvez a popularidade da série tenha pesado mais do que a qualidade.


2012: Garota Exemplar – Gillian Flynn

Felizmente, 2012 trouxe uma reviravolta com o aclamado Garota Exemplar. O thriller psicológico de Gillian Flynn é brilhante, com a narrativa não confiável de Amy, uma protagonista cheia de camadas. Flynn redefiniu o gênero e abriu caminho para inúmeros outros livros que exploram “garotas” em títulos. Este é, sem dúvidas, um marco literário do mistério moderno e merece todo o reconhecimento.


2013: Inferno – Dan Brown

Voltei a sofrer em 2013 com Dan Brown e seu infame Robert Langdon. Dessa vez, o professor simbologista acorda sem memória em Florença e se vê no meio de uma trama para salvar o mundo de uma pandemia iminente. Apesar da fórmula previsível e escrita cheia de adjetivos desnecessários, os capítulos curtos tornam a leitura rápida. No entanto, para mim, o estilo repetitivo de Brown perde o brilho.


2014: Mr. Mercedes – Stephen King

Stephen King traz uma narrativa eletrizante com Mr. Mercedes, o primeiro livro da trilogia de Bill Hodges. A trama aborda um psicopata que dirige um carro em uma multidão, com o detetive aposentado Bill tentando resolver o caso. Apesar da qualidade inegável do autor, algumas escolhas de linguagem e descrições na perspectiva do vilão me incomodaram. Ainda assim, a história é sólida e um começo digno para a trilogia.


2015: A Garota no Trem – Paula Hawkins

Outro título que surfou na onda de Garota Exemplar, A Garota no Trem traz uma protagonista alcoólatra e narradora não confiável, mas não entrega o mesmo impacto. Embora a trama tenha um potencial intrigante, a execução não me convenceu. O filme baseado na obra também não ajudou muito. Infelizmente, este não foi um dos meus favoritos.


2016: O Último Turno – Stephen King

O encerramento da trilogia Bill Hodges traz o desfecho do confronto com o vilão de Mr. Mercedes. Apesar de alguns problemas de linguagem semelhantes ao primeiro livro, King adiciona toques sobrenaturais que enriquecem a narrativa. Um final satisfatório para os fãs, mas para mim, o segundo livro, Achados e Perdidos, é o verdadeiro destaque da série e vale muito a pena ser lido.


2017: Em Águas Sombrias – Paula Hawkins

Para minha surpresa, Paula Hawkins me conquistou com Em Águas Sombrias. A história mergulha em uma cidadezinha inglesa onde diversas mulheres morreram em um lago. Embora a narrativa envolva muitos personagens, o mistério bem construído e o suspense psicológico compensam. Minha única ressalva é um episódio de violência contra animais, que achei desnecessário. No geral, um livro surpreendentemente bom.


2018 – O Outsider – Stephen King

Em 2018, fomos presenteados com O Outsider, o início da trilogia da Holly. Confesso que comecei com altas expectativas, mas fiquei surpresa por estar na metade do livro e a Holly ainda não ter dado as caras! Vamos à história:

Em uma cidadezinha, um menino de 12 anos é brutalmente assassinado. As descrições são bem gráficas — clássico do Stephen King. Diversas testemunhas apontam o mesmo culpado: um técnico de beisebol super conhecido, que treina crianças. A polícia faz uma grande cena para prendê-lo, mas ele jura inocência, afirmando que estava em outra cidade assistindo a uma palestra. Aí está o dilema: como lidar com provas físicas inquestionáveis na cena do crime e, ao mesmo tempo, um álibi sólido?

No início, fiquei intrigada com essa premissa. O mistério me prendeu. No entanto, o final se inclina para uma pegada paranormal, algo bem característico de King, mas que nem sempre funciona para mim. Acredito que não vou seguir com os outros livros da trilogia, mas valeu pela experiência.


2019 – A Paciente Silenciosa – Alex Michaelides

Chegamos a 2019 com o famosíssimo A Paciente Silenciosa. E eu preciso dizer: graças a Deus não preciso reler esse livro, porque eu odeio esse livro. Sei que muita gente ama, mas não funcionou para mim. A história segue uma mulher acusada de matar o marido, que não fala mais desde então, e um psicólogo que tenta entender o que aconteceu. Achei mal escrito e nada envolvente. Também li A Fúria, do mesmo autor, e só reforçou minha opinião negativa. Alex Michaelides? Passo!


2020 – A Lista de Convidados – Lucy Foley

Em 2020, foi a vez de A Lista de Convidados. Um thriller básico, mas que entretém. A trama acompanha um casamento em uma ilha remota, onde uma morte acontece. Várias pessoas têm motivos para o crime, e o mistério se desenrola de forma satisfatória, embora previsível. Se você quer algo para ler em uma tarde de domingo, pode ser uma boa escolha, mas não é nada memorável.


2021 – A Última Coisa que Ele Me Falou – Laura Dave

Esse livro estourou em 2021, muito por conta do clube de leitura da Reese Witherspoon. Mas sinceramente? Foi meh. A história segue uma mulher cujo marido desaparece, deixando apenas um bilhete: “Proteja ela”, referindo-se à filha dele. O livro se arrasta e não entrega o que promete. Se você está interessado na história, talvez a adaptação em série seja mais dinâmica.


2022 – A Camareira – Nita Prose

Agora, vamos falar de A Camareira. Esse livro gerou sentimentos mistos. A história acompanha uma camareira que encontra um hóspede morto em um quarto fechado. Apesar da premissa interessante, achei problemático como a autora representa a protagonista, que é neurodivergente. Fica subentendido que a autora usa estereótipos para fazer a personagem parecer ingînua ou até mesmo um alívio cômico. Isso me incomodou profundamente. Apesar disso, o livro vai virar filme com Florence Pugh, mas eu só consigo pensar: coitada, ela merece coisa melhor.


2023 – O Segredo da Empregada – Freida McFadden

Por fim, chegamos a 2023 com O Segredo da Empregada. Como já fiz um vídeo dedicado a esse livro, vou deixar o link aqui para vocês conferirem!


Depois dessa maratona, posso finalmente dizer que li todos os livros que ganharam o Goodreads Mystery Awards. E a grande lição é: nem tudo que é popular é bom! Alguns livros foram uma grata surpresa, enquanto outros foram um teste de paciência.

Agora, quero saber de vocês: quais desses livros vocês já leram? Quais amaram ou odiaram? E quais livros vocês acham que têm chance de levar o prêmio este ano? Deixem nos comentários!

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